Livro A Guerra dos Tronos (1 e 2)

Finalmente terminei a leitura dos 2 primeiros volumes da série "As Crônicas de Gelo e Fogo" de  George R. R. Martin.

A Guerra dos Tronos - Livro 1 A Guerra dos Tronos - Livro 2 - A Fúria dos Reis

O primeiro livro foi maravilhoso. Eu sempre entortei o nariz para a série porque era muito comentada, mas acabei me rendendo e fiquei curiosa porque li que a construção dos personagens é o ponto forte do livro.

E é verdade!

Cada capítulo é um personagem diferente, e deveria ser confuso, mas não é. Todos os capítulos vão se entrelaçando à medida que a história avança. Se você esqueceu, assim, por acaso, quem é esse personagem que reaparece lá no meio do livro, não tem importância. O autor usa uma técnica que é a de colocar algo marcante sobre o personagem, então você relembra rapidinho: seja um parentesco, uma qualidade inerente dele ou aparência física. E não existe um capítulo que seja desperdiçado. Todos são importantes para a trama!

Outra coisa que eu gostei bastante é que é possível notar as referências de "A Arte da Guerra" e de Maquiavel na história.

Também é interessante como você se sente imerso no mundo da história. É como se realmente tudo ocorresse em tempos atuais.

*

Já no segundo livro, A Fúria dos Reis, logo no prólogo eu me senti como John Travolta naquele gif icônico. Toda perdida

Mas depois eu me encontrei na história quando reconheci os personagens antigos. Infelizmente a qualidade do segundo livro deixa a desejar. Metade dos capítulos poderiam ser facilmente removidos porque não acrescentavam nada para a história.

As descrições em excesso é o maior problema do autor. Até no Livro Um eu confesso que de vez em quando pulava para o próximo parágrafo para adiantar um pouco. Ele comenta cada detalhezinho da roupa do sujeito. E isso realmente é inútil na maioria das vezes.


Agora falta assistir a alguns episódios da série para complementar. Eu nunca assisto tudo porque não tenho paciência. Para mim, a série é um filme que nunca acaba 🤭


Algumas frases do livro

Abrir os olhos era o quanto bastava. O coração mente e a cabeça usa truques conosco, mas os olhos veem a verdade. [...] É então, depois, que chega o tempo de pensar e de, assim, conhecer a verdade.
Somos apenas humanos, e os deuses nos moldaram para o amor. Esta é a nossa grande glória e a nossa grande tragédia. 
Sempre foi assim, ao longo de anos incontáveis. É este o preço da honra. Um covarde pode ser tão bravo como qualquer homem quando não há nada a temer. E todos cumprimos o nosso dever quando ele não tem um preço. Como parece fácil então seguir o caminho da honra. Mas, cedo ou tarde, na vida de todos os homens chega um dia em que não é fácil, um dia em que ele tem de escolher.
Quando falta disciplina aos soldados, a falha reside no seu comandante.
Meu pai ensinou-me que não há vergonha no medo, o que importa é o modo como o enfrentamos.
Talvez seja este o segredo. Não é o que fazemos, mas o motivo por que o fazemos.


E há um trecho específico que eu realmente achei muito interessante e acho que vale a pena colocar aqui:

– O poder é uma coisa curiosa, senhor. Terá, por acaso, pensado no enigma que lhe deixei naquele dia na estalagem?
– [...] O rei, o sacerdote, o rico… Quem sobrevive e quem morre? A quem obedecerá o mercenário? É um enigma sem resposta, ou melhor, com muitas respostas. Tudo depende do homem que tem a espada.
– E, no entanto, ele não é ninguém. Não tem uma coroa, nem ouro, nem o favor dos deuses, mas apenas um pedaço de aço afiado.
– Esse pedaço de aço é o poder da vida e da morte.
– Precisamente… E, no entanto, se são realmente os homens de armas que nos governam, por que fingimos que nossos reis têm o poder? Por que um homem forte com uma espada obedeceria a um rei criança como Joffrey, ou a um idiota encharcado em vinho como o pai?
– Porque esses reis crianças e idiotas bêbados podem chamar outros homens fortes, com outras espadas.
– Então são esses outros homens de armas que têm o verdadeiro poder. Ou será que não? De onde vieram as suas espadas? Por que é que eles obedecem? Há quem diga que o conhecimento é poder. utros, que todo o poder provém dos deuses. Outros, ainda, afirmam que deriva da lei. Mas, naquele dia, [...] eles viram-se tão impotentes como qualquer sapateiro ou tanoeiro da multidão. [...] O poder reside onde os homens acreditam que reside. Nem mais, nem menos.
– Então o poder é um truque de mímica?
– Uma sombra na parede. Mas as sombras podem matar. E, muitas vezes, um homem muito pequeno pode lançar uma sombra muito grande.

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