Uma revisão sobre o (turbulento) primeiro trimestre e profissão

Gosto sempre de fazer revisões sobre o ano, sobre os meses, para saber para onde está escoando meu tempo. Não é por acaso que sou viciada em planners rs. Esse post deveria ter saído ainda no fim do ano passado, mas foi foi sendo adiado. Antes tarde do que nunca.

Em novembro do ano passado, eu melhorei da fibromialgia, passei a fazer exercícios (coisa que eu nem imaginava que fosse possível). Então comecei a procurar vagas de emprego, porque sempre quis trabalhar fora e com carteira assinada (só consegui quando mais nova, terceirizado, então não conto).

Eu mandaria meu currículo para a empresa em um dia após o feriado, mas no feriado em questão, minha mãe, que já estava doente, piorou e teve que ser internada. Quando meu pai me pediu para que eu passasse a noite com ela no hospital, relutei, com medo de ficar sozinha com ela, mas de repente senti como se fosse uma mão sobre mim e então veio uma paz muito grande. Foi como se alguém me tranquilizasse que ficaria tudo bem.

Juntei algumas coisas e fui. Para simplificar o processo, ela foi tratada e descobrimos que era câncer de intestino. Então ela precisou fazer uma cirurgia para remover o tumor, ficou na CTI e depois eu tive que passar um tempo revezando com meu pai no hospital. Ele ficava no período da manhã e tarde e voltava para me buscar e eu entrava à noite e madrugada. Foi tudo tão certo, porque uma semana depois removeram o SUS daquele hospital (que tinha um tratamento maravilhoso e os enfermeiros foram incríveis). Ou seja, por uma semana ela não teria tido essa sorte.

Só que logo depois da primeira noite que eu fiquei no hospital com ela, peguei um táxi e meu pai ficou no hospital no meu lugar. Peguei o cartão com o número do taxista, voltei para a casa e dormi. Acordei, jantei, tomei banho, me arrumei para ir. 

Liguei às 6 da tarde para o taxista e para o ponto de táxi. Ninguém respondia. A troca de acompanhante era no máximo até às 7:15 da noite e 7:15 da manhã. Continuei tentando. Já desesperada, liguei o computador e imprimi e lista de taxistas da cidade que encontrei no site da prefeitura. Tentei todos. Até os pontos da rodoviária e cemitério, que informava que ficava disponível até o último ônibus. Procurei pelo itinerário de ônibus, mas eles não sabem fazer um. Encontrei uma folha da prefeitura com nomes de alguns bairros e alguns horários aleatórios. Não tinha o nome de nenhuma rua! Eles não sabem o que significa um itinerário!

Meu pai teve que passar a noite lá porque eu não tive como ir. Estava um calor insuportável, eu estava extremamente cansada, numa cidade estranha (fazia só 4 meses que eu estava aqui), não conhecia nada nem ninguém, não saberia como pegar um ônibus. Eu chorei a noite toda.

No dia seguinte, comecei a ligar por volta das 5 da manhã e foi o mesmo taxista que me atendeu no dia anterior. Ele me contou que a partir das 5 ou 5:30 da tarde, eles já não trabalham mais (?). Descobri depois que a única coisa que funciona praticamente na cidade é mototáxi.

Os primeiros meses após a cirurgia dela foram complicados. Eu tive que fazer tudo em casa além de cozinhar (não me dou muito bem nesse setor). Eu estava exausta físico e mentalmente, correndo de um lado para o outro o dia inteiro.

Mas desde que as coisas se acalmaram, porque agora ela está melhor e já pode cozinhar, eu estou menos sobrecarregada. Faço tudo em casa, menos comida. Ufa rs.

Estou conseguindo me dedicar ao meu site - loja online. E principalmente, refletindo sobre minha carreira. 

Sobre minha profissão

Existe uma cena do filme “Forrest Gump” em que ele para de correr e diz que está muito cansado e decide ir para casa agora. É exatamente assim que eu me sinto. Parece ter acontecido de forma repentina, mas essa decisão vem sendo adiada há anos. A necessidade de encontrar uma profissão, um trabalho, uma vocação, um propósito maior.

Ainda na faculdade descobri que Design Gráfico não era exatamente o que eu esperava. Após sair da faculdade comecei a trabalhar no meu portfolio e me apaixonei por códigos e criei um blog de tutoriais (e lifestyle). Mas eu nunca consegui fazer nada deslanchar, nem com Design Gráfico nem com Webdesign. Não sei no que errei, mas nada funcionou. Ou talvez simplesmente não tenha sido um erro meu.

Depois, passei oito horas por dia estudando e consegui passar em 2 concursos públicos! Mas… No primeiro houve uma grande turbulência na minha vida e não pude assumir o cargo naquela época. No segundo, o governo não contratou ninguém. Cheguei a me mudar de cidade aguardando a nomeação depois de ter entregue a documentação e tudo. Perdida e aguardando, voltei a tentar freelas como designer.

Em 2019 eu estava estudando para ser fotógrafa. Eu já procurava por modelos de câmeras e acessórios, mas fui acometida por uma avalanche de doenças e com a fibromialgia decorrente de uma endometriose, percebi que eu teria que trabalhar em casa.

Pensei na programação pela minha afinidade com códigos. Fiz cursos online e paguei por certificados. Mas não sou fã de tecnologia (eu nem uso celular) e as coisas mudaram. O mercado é mais exigente e eu já não tenho mais pique para entrar na corrida dos ratos da programação. Hoje há pouca procura por criação de sites e blogs e o custo para manter um é muito alto.

Sobre Design Gráfico, no Youtube, os vendedores de cursos vão dizer que você pode ganhar 5, 10 mil reais... E sempre tem alguém nos comentários confirmando (spoiler: é falso, gente!), o que me fazia acreditar que o problema era comigo. Mas andei pesquisando em fóruns se ainda vale a pena lutar por isso mesmo sabendo que não e ali tive a confirmação de que a minha realidade é a mesma dos outros profissionais: isso nunca deu dinheiro.

Estava me empenhando para aprender 3D. Não é como o Photoshop que você vê alguns tutoriais e logo está dominando o software. E quase não há tutoriais. Os designers perceberam que quanto mais se compartilha conhecimento gratuitamente, maior será a concorrência. Além do mais, com a Inteligência Artificial, a demanda por trabalhos vem diminuindo. Também há muitos sites surgindo no Brasil com produtos prontos. Há uma competição entre os profissionais por quem oferece mais produto pelo menor valor.

Se antes nossos avós e pais entravam em uma firma só com o diploma do ensino médio, se aposentavam como chefes, nossa geração não tem estabilidade porque hoje em dia tudo envolve tecnologia e a tecnologia muda constantemente. Não dá tempo de se atualizar. 😨

Procure no google por "Jobs that will disappear in the future due to AI". Entre as carreiras que desaparecerão por conta da Inteligência Artificial, Design Gráfico sempre está entre as primeiras. Programação vem quase em seguida. Tenho medo do que nos acontecerá até 2030 e fico ainda mais perdida sobre o que fazer.

Estou passando por uma grande fase de revisão de planejamento sobre meu futuro pessoal e profissional.

O post ficou gigante, mas se você leu meu desabafo até aqui, obrigada! 😊

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Comentários

  1. Oi, Jessica!
    Espero que este comentário que encontre bem. ^^
    Nossa, foi bastante coisa em pouco tempo, né? Desejo de coração que tudo se acalme por aí e que sua mãe se recupere bem.
    Agora sobre a questão das profissões... Se tem uma característica que não é minha, essa característica é ser good vibes HAHAHAHA Sendo bem sincera, eu sou conhecida por ser realista e bem pessimista. Meu marido costumava dizer que tem sempre uma nuvem negra pairando sobre a minha cabeça. kkkkkk Mas, para variar, vou tentar ser um pouco positiva em relação às profissões no futuro... Eu gosto de pensar que (com foco aqui no "gosto" e não em "estou certa que") algumas profissões podem sim acabar, como sempre aconteceu - lembro muito da história dos tipógrafos, que foram substituídos pela prensa de Guttemberg -, mas que outras vão ser modificadas e que novas serão criadas. Aproveitei pra fazer uma pesquisa aqui e vi que algumas outras profissões estão na lista do chatGPT, como biólogo, tutor, psicólogo... São coisas absurdas! No mais, acho que ainda tem muito caminho a percorrer para que a IA substitua de fato a ação e interação humana (se é que vai), sobretudo pelo fator $$$$$$$$ que deve ser altíssimo pra desenvolver uma "inteligência" superior à do nosso cérebro, que é a maior máquina que já existiu. rsrsrsrsrs

    COMENTÁRIO GIGANTE, SOCORRO!!!

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    1. Olá, Jana!

      Muito obrigada pelo comentário! <3
      Ainda bem que agora as coisas estão se acalmando, mas foram meses complicadinhos rsrs. Eu também penso dessa forma. Grande parte das profissões não tem como serem substituídas. Nós ainda precisamos dessa interação humana! Mas quando se trata de profissões que envolvam totalmente tecnologia, eu fico com pé atrás, principalmente pela minha já estar na mira 😟
      Estou tentando ser good vibes para encontrar algo novo a seguir! Essa coisa de ser realista (também sou como você) está me deixando doidinha! kkkk
      Beijos!

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  2. Oi Jéssica, que bom que ocorreu tudo bem com a cirurgia da sua mãe e que agora ela está melhor, e você menos sobrecarregada. Confesso que me identifico muito com a sua procura por uma profissão, hoje faço faculdade, estou gostando, mas não sei se é o que quero fazer pro resto da minha vida, não sei se me encontrei profissionalmente. Não só isso, tem toda uma questão financeira também, né, que impacta muito a nossa escolha. É meio desesperador pensar que as profissões estão ficando mais competitivas, porém com menos demanda, é difícil pensar no futuro e não sentir um frio na barriga.

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    1. Olá, Nana!
      Muito obrigada <3
      Isso é algo que pesa. Querer encontrar uma profissão em que a gente possa se sentir bem, mas também que compense financeiramente. Ainda não ter certeza sobre o futuro é algo mais a se pesar na balança!
      Beijos!

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  3. Fico feliz que a tua mãe esteja melhor!

    Beijos e Abraços,

    BLOG | Instagram

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  4. Oi xará! (embora use o apelido do meu nome japonês, meu primeiro nome é Jéssica tbm).

    Minha nossa, quanta coisa aconteceu em tão pouco tempo. às vezes a vida nos dá essas chacoalhadas que fica até difícil pensar direito né?
    Mas, que bom que as coisas foram se ajeitando, no fim. Espero que os próximos meses sejam mais leves por aí... ♥

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    1. Jura?! É um nome beem comum rs
      Obrigada pelo comentário!
      beijos

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